domingo, 9 de setembro de 2007

Exemplo de brother

Conheça a história de Valdemir Pereira Correia, 37, que há mais de dez anos surfa em Santos, litoral sul de São Paulo.

Val, como é conhecido, desperta surpresa, pois não é um surfista comum. Cego e portador de um pequeno problema na perna esquerda desde os 24 anos é um exemplo de superação e mostra que também sabe "pegar ondas".

Dois anos após perder a visão, causado por uma síndrome rara e sucessão de erros médicos, Val começou a praticar esportes. "Conheci o trabalho da Escola de Esportes Radicais de Santos e decidi começar a aprender", explica.

Fundada há 14 anos, a escola foi uma das primeiras no Brasil à proporcionar o ensino gratuito do surf, longboard e bodyboard para portadores de alguma deficiência ou não.

Com o passar do tempo, val começou a fazer "ajustes" em sua prancha, desenvolvendo assim com a ajuda do coordenador da Escola Francisco Araña, uma prancha totalmente adaptada para deficientes visuais.

A prancha tem marcações em alto relevo com o objetivo de indicar para o surfista o centro e o limite das bordas, além de um marcador de posição corporal para facilitar o equilíbrio. Com 2,76 metros de comprimento, o longboard de uma quilha é a primeira a ser adaptada no mundo.

Revestida pelo mesmo material emborrachado usando em bodyboard, têm as extremidades macias e a quilha emborrachada, evitando contusões físicas e dois guizos nas pontas, para orientação sonora.


"As pessoas sempre me medem pelo quanto eu enxergo. O surfe começou a me dar respeito e dignidade" conta o "brother" Val.

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