Vermelho Como o Céu, filme de Cristiano Bortone, mostra de uma forma não convencional a superação de um menino, Mirco Menacci, que aos 10 anos fica cego após um acidente com um rifle em pequeno vilarejo na Toscana de 1970. Com simplicidade e sinceridade, o enredo não apela sentimentalmente e consegue comover os espectadores com uma trama nada leve, mas admirável.
Inspirado em uma história verídica, o elenco conta com atuações excepcionais do público infantil, composto em sua maioria de atores cegos que dão uma lição de como o desenvolvimento da imaginação pode funcionar como remédio para uma possível limitação.
Em uma época na qual os portadores de deficiência eram considerados inválidos, o menino é obrigado a freqüentar uma escola especialmente destinada às crianças com problemas visuais, onde em meio às tralhas descobre um antigo gravador. Apaixonado por cinema, Mirco vê no aparelho um recurso para registrar sua nova visão de mundo por meio do som. Árvores agitadas ao vento, chuva e gotas d’água ficam cada vez mais expressivas e passam a traduzir e ilustrar o universo daqueles que não podem ver.
Com uma visão extremamente humanista e em momento algum piegas, o filme ratifica a capacidade humana de se adaptar mesmo às péssimas condições de vida e mostra que dificuldades e barreiras surgiram exatamente para serem superadas.
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