sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Cidadania no Orkut


O site de relacionamentos Orkut não tem como único objetivo a troca de recados virtuais entre amigos. A sua utilidade vai muito além do pensamento limitado e superficial de ver fotos e fazer declarações de amor. O site também hospeda dezenas de comunidades de interesse público. As comunidades reúnem pessoas com alguma característica em comum. No caso da deficiência, o número de pessoas que se afiliam a comunidades relacionadas ao tema cresce a cada dia.

É possível encontrar no site referências sobre todos os tipos de deficiência. O mercado de trabalho não fica fora dessa. “Trabalho – Deficientes Working” é uma das comunidades que serve não só para que o tema seja discutido, mas também para que propostas de emprego sejam divulgadas.

Infelizmente, esse tipo de iniciativa não é vista todos os dias. A exposição da capacidade dos deficientes não deveria ser um assunto pouco abordado. Além de ser um ótimo “ponto de encontro” para pessoas com características especiais, comunidades como essa, estimulam os deficientes, mostrando que eles também têm seu espaço e seus direitos nessa sociedade que nunca lhes tratou com o devido respeito.

Mais informações: Orkut

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Deficiente eficiente

Infelizmente o Brasil ainda é um país que apresenta uma certa dificuldade e falta de preparo na hora de ingressar o deficiente no mercado de trabalho. Pode ser por puro preconceito de alguns, muitos outros, temem o desconhecido mundo daqueles que não tornaram suas deficiências em obstáculos que são plenamente capazes de ocupar cargos no mercado por aqueles que se denominam “normais”.

Porém esse panorama tende a mudar graças a parcerias entre instituições como a AVAPE e grandes empresas, que visam a inserção do deficiente no mundo do trabalho.

Fundada em 1982, a Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais é uma instituição de assistência social localizada na região do Grande ABC em São Paulo, que atende pessoas com todos os tipos de deficiência com objetivo de promover a inclusão social e reabilitação do indivíduo. Além de oferecer apoio que engloba desde a reabilitação clínica até a capacitação profissional,a AVAPE também presta consultoria e treinamento a empresas para a adequação do deficiente no mercado. Exemplos de parcerias é o que não falta.

Grupos de peso como a rede de supermercados Pão-de-Açúcar oferecem vagas para indivíduos com deficiências físicas, mentais, auditivas e visuais em áreas como: operadores de supermercado, separadores de mercadorias e cargos administrativos. A empresa de telefonia celular, TIM, também esta empregando pessoas com deficiências em suas lojas nas áreas de telemarketing .

Leis que obrigam empresas a contratar deficientes foram formuladas e aprovadas por pessoas com invejosa formação acadêmica, no entanto com mentalidade ultrapassada, tendo em vista que uma empresa não deveria ser “obrigada” a contratar alguém por ser excepcional e sim por ter capacidade de ocupar e realizar tarefas em cargos no mercado de trabalho como qualquer outra pessoa.

Mais informações: Grupo Paodecucar

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Uma opção para poucos

Educação. Mais do que necessária, ela é essencial para que o portador de deficiência possa ingressar com uma maior facilidade no mercado de trabalho. Além da discriminação, a descrença em relação à capacidade “intelectual” do deficiente também contribui para a sua exclusão.

Hoje, o Estatuto da Pessoa com Deficiência prevê a educação inclusiva ou regular, em que crianças com e sem deficiência estudam em um mesmo ambiente. Porém tal medida parece não dar certo. Segundo estatísticas da Federação Brasileira dos Bancos apenas 0,12% dos universitários possui algum tipo de deficiência.

A inaptidão dos professores em lidar com as diferenças, a falta de estrutura das instituições tanto do ensino público como o do privado, e até mesmo a dificuldade de socialização das crianças deficientes com as não, fazem com que o aprendizado se torne mais complicado, e pelo fato da exclusão, com que a escola se torne um local menos agradável de se freqüentar.

Por hora, enquanto as necessidades estruturais e sociais dos deficientes não forem atendidas, as escolas especiais são as melhores opções. Infelizmente tal opção só é uma realidade para aqueles que podem pagar por ela.


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Será apenas trabalho que os deficientes necessitam?

Com o cumprimento desta tal lei, empresas privadas são obrigadas a empregar um número mínimo de deficientes. Mas será que essa é a solução para a marginalização que os deficientes acabam sofrendo na nossa sociedade?

Essa lei, a chamada lei das cotas, trará mais do que remuneração financeira aos deficientes. Mostrará que eles são totalmente capazes de realizar trabalhos, dentro de suas áreas, como qualquer outro ser humano. Essa segregação, que ocorre desde tempos antigos, com essa iniciativa tende a acabar.

Porém é necessária também uma política de conscientização para a mudança e adaptação da sociedade brasileira. Infelizmente, a população no geral não está preparada para receber e integrar esses deficientes. E isso decorre principalmente pelo preconceito, por não sabermos lidar com as diferenças. Desde crianças temos poucos contatos com outras pessoas fora da nossa realidade, o que ao crescer limita nossa mente.

A infra-estrutura toda deve ser adaptada para acolher esses deficientes, mas os primeiros passos estão sendo dados, em direção ao momento em que não precisaremos mais de uma lei para integrar um grupo de pessoas no convívio social.

Nome, endereço, e deficiência

Contratar deficientes desde 1991 é lei. Toda empresa deve ter no mínimo 2% deles dentre sua grade de funcionários. A multa é de R$ 1.101,75 por pessoa não contratada. No entanto, de que adianta uma legislação que somente impõe e cobra um contrato? Sendo que a maior dificuldade não é arrumar um emprego, mas superar limites. Esses que vão do preconceito, até adaptações físicas para acomodar alguém com necessidades especiais.

Uma das maiores barreiras é velho mito da limitação. Trata-se de uma visão onde a pessoa com deficiência, é alguém de quem não se pode exigir da mesma forma que outro dito “normal”. A partir daí provar que se é capaz, se constitui em uma questão de não basta ser bom, porém melhor do que alguém não deficiente.
Leis são um amontoado de palavras que punem quem não as cumprem. É errado forçar a entrada de um deficiente no mercado de trabalho. Contratações devem ser feitas não por obrigação, porém por uma postura ética por parte de empresas. O que mais se necessita é a conscientização que a deficiência não é algo ruim, apenas diferente do que os olhos esteriotipados vêem.







Por que ninguém se importa comigo?

A cobiça exacerbada pela perfeição e preservação da beleza física faz do século XXI um retrato da superficialidade humana. Estereótipos vendidos pelas mídias provocam uma relação entre o que é desejável e o que não é. O Efeito desse pensamento é tão respeitável e difundido que a aparência também é contada quando se vai arrumar um emprego, afinal a sociedade exige um modelo perfeito.A visão de um ser humano para com o outro foi alterada de tal maneira que o preconceito cada vez mais está presente em nossas vidas. Deficientes físicos são vistos como insuficientes e diferentes pelo simples fato de não atenderem a essa padronização absurda proposta pela sociedade.

A perda de valores como o respeito para com o próximo foi esquecido assim como a educação dos mesmos que teimam em seguir com essa visão preconceituosa e arrogante. Apesar de algumas tentativas de inclusão dos deficientes no mercado de trabalho como uma lei própria que obriga a uma aceitação ou aprovação de que sim eles são iguais a nós seres humanos ‘perfeitos’. É estranho pensar que uma lei deve ser feita para que as pessoas se dêem conta que ser deficiente não altera o que uma pessoa é de verdade, muito menos sua eficiência.Como Já dizia Ray Charles em sua canção A Ship Without A Sail: “Why does nobody care for me?” (Por que ninguém se importa comigo?). A resposta para essa pergunta pode ser dita em poucas palavras: porque somos meros estereótipos.

Mais informações: A última arca de Noé